14/04/2017

paz (coa) impossibilidade da mão

ela cheio de silêncio:
o espaço entre o estar
e o não estar

nenhum movimento possível
difícil
respirar

os dias em superposição de fraqueza
o grande vão
entre star e não star

(pontes afastando chances)

você gosta de rock?
você gosta de desenho animado?
você gosta de filme dublado?

(me permito ficar dentro do muro
agarrado ao vazio
não acreditando na vastidão do olhar)

indefinição no plexo
como se fosse possível estacionar o trem
e parar quieto
com sua mão longe

indefinição no universo
como se fosse urgente
estabilizar a última estrela

ela silencia poesia
e já nem sei que dia
adio

papos profundos não fluem
conversas banais não fluem
somos rios secos
de sorrisos mancos
descendo aos trancos pro oceano
sem tempo

já não creio em criar
nem na tatuagem perfeita como sinal
de salvação

já não creio na perfeição

já não creio nem no que escrevo
e contamino com palavra
o que o silêncio já matava

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