02/04/2017

liboriando no escuro infinito

espero-te
como um cego fingindo firmeza
segurando com os pés
a delicada taça de cristal
embaixo da mesa
de ponta cabeça

espero-te
considerando a lei da gravidade
sabendo tua fragilidade

mal espero teu futuro nosso chegar
sabendo-me equilibrista cansado
em cima do céu, da palavra, do espaço sideral
em cima do muro
que nem há


*(poema relendo o amigo poeta Luiz Guilherme Libório, sob a influência de uma musa não revelada)

Nenhum comentário:

Postar um comentário